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Blog 10 de agosto de 2022

Crianças podem desenvolver depressão por causa da urticária

  • Doença autoimune, a UCE pode levar à ansiedade e impactar a qualidade de vida
  • Simpósio debaterá tema em SP, nos dias 26 e 27 de agosto

Cerca de 80% dos casos de urticária crônica espontânea (UCE) tem origem autoimune e a autoimunidade pode ser do tipo 1 ou tipo 2. Mas qual a diferença entre elas?

Autoimunidade do Tipo 1: também denominada de auto alérgica, é quando fazemos anticorpos, nestes casos, IgE (imunoglobulina E) contra nossos próprios antígenos sendo o mais frequente o relacionado a tireoide.

Autoimunidade do Tipo 2: quando fazemos anticorpos IgG (imunoglobulina G) contra a nossa própria IgE ou contra os receptores da IgE.

Muitos fatores podem desencadear a crise de UCE e o estresse está entre eles. “Há muitos estudos para compreender o papel do estresse na urticária e alguns deles demonstram que a participação do hormônio liberador de corticotrofina – liberado durante o estresse – leva a ativação dos mastócitos, a principal célula que vai liberar várias substâncias, sendo a mais importante a histamina e a que resulta no aparecimento das urticas”, explica a Dra. Solange Valle, membro do Departamento Científico de Urticária da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) e palestrante do 1º Simpósio de Alergia e Imunologia da Infância à Senescência, nos dias 26 e 27 de agosto, em São Paulo.

Empolações avermelhadas, coceira intensa e o inchaço são os principais sinais da UCE e que impacta, consideravelmente, a qualidade de vida do paciente. Na entrevista que segue, Dra. Solange explica a relação da urticária crônica espontânea com a depressão e as crianças fazem parte desse quadro.

  • A UCE pode levar à depressão?

Sim, a urticária impacta negativamente a qualidade de vida dos pacientes. Leva a um grande sofrimento devido a sua imprevisibilidade, ou seja, as lesões podem surgir a qualquer momento. O prurido (coceira) é muito intenso, provocando distúrbio do sono. Além disso, muitas vezes, as lesões podem ser desfigurantes chegando a prejudicar o relacionamento com outras pessoas e gerando muita insegurança. Todos esses fatores levam a depressão e à ansiedade.

  • Há casos de crianças com urticária e depressão?

Assim como os adultos, as crianças sofrem com a urticária. É uma doença estigmatizante. Muitos pensam que a doença pode ser transmitida e, com isso, afastam-se e não querem brincar com a criança que apresenta as lesões.

  • É comum encontrar idosos com UCE desencadeada pelo estresse?

Sim, em qualquer faixa etária o estresse pode ser um fator agravante da doença.

  • O alergista e imunologista deve trabalhar em conjunto com psiquiatras e psicólogos nessas situações?

É fundamental a abordagem multidisciplinar. O psicólogo e o psiquiatra são importantes para auxiliar no tratamento porque – além do tratamento medicamentoso da doença – é necessário o suporte relacionado ao estresse, depressão e ansiedade. A abordagem multidisciplinar vai levar a uma melhora na qualidade de vida. Lembrando também que o tratamento correto da urticária é fundamental porque resulta no controle da doença e, consequentemente, na melhora qualidade de vida dos pacientes. Alcançando o controle da urticária vamos ter também o controle do estresse.

 

1º Simpósio de Alergia e Imunologia da Infância à Senescência

Data: 26 e 27 de agosto

Local: Hotel Meliá Paulista – Av. Paulista, 2181 – Consolação – SP

Informações e Inscrição: https://www.saiis.com.br/

*Credenciamento para Imprensa: imprensa@gengibrecomunicacao.com.br