Vacina de alergia pode levar rinite à remissão

Vacina de alergia pode levar rinite à remissão

Vacina de alergia pode levar rinite à remissão

A imunoterapia, mais conhecida como vacina para alergia, é um tratamento centenário, porém, vem ganhando destaque nos últimos anos pelo aumento no número de alergias e, consequentemente, como uma das ferramentas mais eficazes para asma, rinite e dermatite atópica.

Tradicionalmente, a vacina para alergia é aplicada de forma subcutânea, mas com os avanços da área já é possível encontrar o tratamento na forma sublingual, que oferece menos riscos de reações adversas como a anafilaxia, a mais grave entre elas. A via sublingual é indicada a partir de dois anos de idade e a via subcutânea em crianças a partir de cinco anos. Atualmente , a literatura também vem demonstrando bons resultados em idosos.

O Departamento Científico de Imunoterapia da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), explica abaixo sobre eficácia e até possível remissão de algumas doenças alérgicas, como a rinite, por exemplo.

 

A imunoterapia tradicional é realizada de forma subcutânea, mas essa pode dar reações adversas como a anafilaxia? Como deve ser feita para dar segurança ao paciente? 

A imunoterapia por via subcutânea deve  ser sempre realizada sob supervisão médica. Preferencialmente, a aplicação dever ser feita na própria clínica do médico alergista e imunologista que prescreveu o tratamento.

Recentemente, dados do Censo Brasileiro de Imunoterapia com Alérgenos revelaram que as reações sistêmicas no Brasil são muito mais comuns do que imaginávamos. O local da aplicação deve ter infraestrutura adequada e medicamentos para atender reações adversas graves como a anafilaxia, que embora não seja comum pode ocorrer. Após a aplicação, o paciente deve ficar em observação e monitorado por um período mínimo de 30 minutos. Essas recomendações estão presentes em todos os consensos científicos publicados sobre imunoterapia com alérgenos.

 

A imunoterapia sublingual é mais recente. Quais os benefícios em relação à subcutânea? 

A imunoterapia por via sublingual já é utilizada na Europa há mais de 30 anos. No Brasil, na última década, o seu uso vem aumentando muito. O principal benefício é o alto perfil de segurança que possibilita que a aplicação possa ser feita em casa pelo próprio paciente.

 

Os resultados apresentados são semelhantes entre as duas, apenas os efeitos colaterais as diferem? 

Os estudos sugerem que ambas as vias de aplicação são altamente eficazes. Ocorre a remissão das doenças alérgicas, particularmente rinite e asma, com controle dos sintomas em média por 10 anos, após o término do  tratamento. Essa é a única forma de tratamento que atua na causa das doenças alérgicas, promovendo uma regulação do sistema imunológico.

 

Asma, rinite e dermatite atópica são alergias que podem ser tratadas com a imunoterapia. Dessas, quais apresentam mais resultados com a “vacina para alergia”?  

O emprego da imunoterapia no tratamento da rinite e asma alérgicas apresenta resultados  espetaculares. Mais recentemente, diversos estudos vêm demonstrando também a eficácia da imunoterapia no tratamento  da dermatite atópica. Para o tratamento dar certo, deve ser prescrito e orientado  por médico especialista em Alergia e Imunologia,     que possui formação profissional adequada para realizar e indicar esse tipo de tratamento.

Descobrir a causa da alergia do paciente, utilizando testes alérgicos adequados, é sempre o primeiro passo para planejar o tratamento. A imunoterapia deve ser personalizada, ou seja, a vacina para alergia é feita seguindo as características de determinado paciente, não é algo “pronto”.

 

A imunoterapia pode curar alergia? 

Hoje falamos em remissão da doença alérgica por muitos anos. Entretanto, existem pacientes que nunca mais apresentaram sintomas alérgicos. Portanto, a possibilidade de cura existe, mas ainda precisamos de mais dados e estabelecimento de critérios para determinarmos o que significa estar curado.