Conexão asma-rinite e suas implicações terapêuticas

Conexão asma-rinite e suas implicações terapêuticas

Dr. Mário Geller

Introdução

A rinite alérgica está freqüentemente associada à hiper-reatividade brônquica1, 2. Dados estatísti-cos confirmam a associação da rinite com a as-ma3, 4. Foi demonstrado em estudos epidemioló-gicos no Rio de Janeiro5. A separação em vias aéreas superiores e inferiores é arbitrária6. Mui-tos pacientes com rinite alérgica, e sem história clínica de asma, apresentam alterações nas pro-vas funcionais respiratórias, tanto basais quanto pós-provocações com a metacolina, histamina, e ar frio7, 8. A incidência de rinite alérgica na asma é mais do dobro do que na população geral9, 10. Nós propusemos que a sensibilização alérgica à Blomia tropicalis constituiria um fator de risco adicional para o aparecimento da rinite alérgica, o que explicaria a baixa incidência de asma iso-lada sem rinite no Brasil11, 12. Tanto as vias aé-reas superiores quanto as inferiores têm em co-mum os fatores adversos indutores e agravantes, os mecanismos imunopatogênicos e a resposta terapêutica. As explicações para a existência da conexão asma-rinite incluem o reflexo naso-brônquico, o corrimento nasal posterior contí-nuo contendo material pró-inflamatório, e a pre-sença irritativa de ar seco ao nível de mucosa na-sal. Observa-se também que o tratamento anti-rinite com os corticosteróides tópicos nasais e os anti-histamínicos melhoram tanto a rinite quanto a asma13.

A rinite alérgica sazonal a polens pode se fazer acompanhar de broncoespasmo durante a polini-zação14. A rinite pode ser considerada um fator de risco para o surgimento da asma15. A hiper-re-atividade brônquica quando presente em pacien-tes com rinite deve, portanto, ser tratada vigoro-samente. É possível que esta postura terapêutica, quando instituída precocemente, possa prevenir a posterior instalação do quadro clínico da asma. Isto torna-se importante à medida que ocorre o aumento universal progressivo da atopia respira-tória superior e inferior16. É sugerido que os ae-roalérgenos domésticos e ambientais17, 18 e os po-luentes atmosféricos (partículas de exaustão do diesel) estejam implicados em sua etiopatogê-nese19.

A idiossincrasia à aspirina e aos anti-inflama-tórios não-esteroidais pode induzir a asma e a ri-nite20. As infecções respiratórias virais também podem precipitar e agravar tanto a rinite quanto a asma21, 22. Sabemos que a exposição a grande quantidade de aeroalérgenos precocemente na vida, principalmente aos ácaros domésticos, pode aumentar a prevalência da asma alérgica, fre-qüentemente acompanhada de rinite alérgica pe-rene. Quanto maior o grau de sensibilização ató-pica mais grave a sintomatologia respiratória apresentada. Vemos, portanto, a necessidade de um programa rigoroso de controle ambiental pro-filático em famílias de atópicos.

Em diferentes partes do mundo comprovou-se que o aumento da poluição atmosférica promovia maior grau de sensibilização respiratória atópica. Os poluentes estimulariam os processos imunoin-flamatórios alérgicos mediados por IgE, cuja sín-tese estaria aumentada. No Rio de Janeiro de-monstramos que no período de 1989 a 1994 a in-cidência de atopia por ácaros da poeira domici-liar era de 64,5% entre os pacientes com asma e/ou rinite. No período subseqüente 1994-1995 documentamos aumento de 9,5% na reatividade alérgica aos ácaros domésticos, associado a mo-dificações ambientais urbanas decorrentes de ex-tensas obras locais. A incidência atual de sensibi-lização acarina é de 74% entre esses pacientes23.

Foi demonstrada a interação entre rinoviroses e aeroalérgenos com o aumento da resposta ató-pica, acompanhada de hiper-reatividade brônqui-ca inespecífica à histamina. Foi também eviden-ciada a presença de reações de fase tardia a alér-genos, após infecções respiratórias superiores, com o rinovirus24. A alergia nasal associa-se à broncoprovocação positiva com a metacolina ou histamina em cerca de 73% dos pacientes com ri-nite alérgica sazonal polínica25. A poluição do-mestica é tão importante quanto a ambiental, au-mentando a prevalência da asma e da rinite26, 27.

Biópsias pulmonares e estudos de lavado nasal induzido demonstraram que há em comum inu-meras células inflamatórias e seus mediadores nas vias aéreas superiores e inferiores dos paci-entes com asma e rinite alérgicas.

Inflamação alérgica respiratória superior e inferior

O processo imunoinflamatório presente na rinite, sinusite, e asma inclui a participação dos mastócitos, eosinófilos, basófilos, macrófagos, monócitos, linfócitos T e B, neutrófilos, plaque-tas, fibroblastos, células endoteliais e epiteliais, e os seus mediadores incluindo as citocinas, os leu-cotrienos, as prostaglandinas, o óxido nítrico, as quimiocinas, as moléculas de adesão, o fator nu-clear kapa B, entre outros. A exposição aos alér-genos está associada a reações imediatas e tar-dias, e ao aumento da reatividade brônquica não–específica à metacolina e à histamina. A respos-ta imediata inclui sintomas agudos, tais como es-pirros freqüentes, coriza, congestão nasal, tosse, broncoespasmo, e dispnéia. A resposta tardia in-clui a liberação das citocinas pró-inflamatórias e a ativação das células endoteliais28, sendo res-ponsável pela hiper-reatividade brônquica, carac-terística da asma, e pelos sintomas respiratórios superiores e inferiores crônicos. O permanente remodelamento das vias aéreas, pela ativação imunológica do tecido conjuntivo, pode induzir um grau variável de obstrução brônquica irrever-sível, presente nesta subpopulação suscetível. Na mucosa nasal detecta-se um espessamento histo-patológico progressivo associado a aumento da resistência ao fluxo aéreo nasal29. Estão presentes em número elevado os eosinófilos, as células mononucleares, e também as metacromáticas. Predominam a histamina, os leucotrienos, inter-leucina (IL) 5, IL-6, IL-1-alfa, e as moléculas de adesão, principalmente as selectinas e as integri-nas30, 31. Há correlação direta entre o grau de eosinofilia sangüínea e a hiper-responsividade brônquica32.

As vias aéreas de asmáticos, em autópsias, re-velam a presença significativa de linfócitos e eo-sinófilos33. As linfocinas IL-4, IL-5, e IL-13 pro-movem a síntese de IgE, sendo antagonizadas nesta ação pelo interferon-gama6. A imunomodu-lação da produção de IgE altera-se durante os eventos alérgicos34. Linfócitos T ativados, célu-las CD 45 RO +, e eosinófilos ativados, coexis-tem no processo patogênico da asma35. Na rinite alérgica crônica há indução da produção de endo-telina-136. Na asma alérgica a síntese de RAN-TES pelas células epiteliais brônquicas, também contribui para a persistente inflamação obser-vada37.

Hiper-reatividade brônquica associada à rinite alérgica

A conexão asma-rinite, e também com a sinu-site, pode ser explicada por vários possíveis me-canismos: a existência do reflexo naso-brônqui-co, o corrimento pós-nasal persistente, a presença de ar seco irritativo secundário ao bloqueio na-sal1, a respiração bucal causada pela obstrução nasal, levando o ar não filtrado para as vias aé-reas inferiores (a obstrução nasal acentua a asma induzida pelos exercícios)38, e a liberação para a circulação de mediadores inflamatórios ou cito-cinas produzidas na mucosa nasal que poderiam aumentar a intensidade da reação inflamatória nas vias aéreas inferiores39. Os precisos proces-sos neurogênicos indutores da doença naso-brôn-quica ainda não foram totalmente elucidados40. A respiração nasal pode reduzir a asma induzida por exercícios, provavelmente pela penetração nas vias aéreas inferiores de ar inspirado aqueci-do e úmido41, 42. Demonstrou-se que após a pro-vocação nasal alergênica específica pode surgir hiper-responsividade brônquica por períodos de até quatro horas43. O tratamento antiinflamatório é eficaz no controle clínico dos pacientes com asma e rinite44, 45. A implicação óbvia é que a terapêutica deve usar o controle global do pro-cesso imunoinflamatório alérgico tanto das vias aéreas superiores quanto das inferiores. Modelos animais demonstraram que na rinosinusite a in-dução de inflamação nasal resulta no aumento da hiper-reatividade brônquica, sem necessariamen-te se fazer acompanhar de obstrução das vias aé-reas46. O bloqueio na drenagem posterior das se-creções nasais é capaz de prevenir o aumento da hiper-responsividade das vias aéreas inferiores13.

Sabemos que na provocação nasal específica com alérgenos há acúmulo de linfócitos T “hel-per”, IL-2, eosinófilos, e neutrófilos, geralmente no período de 24 horas após a indução antigêni-ca47. Na rinite alérgica perene a cronicidade do processo inflamatório nasal é perpetuada pelos mastócitos liberadores de IL-4, IL-5, e IL-648. Os mediadores pré-formados ou recém-produzidos pelas células inflamatórias locais (mastócitos, eo-sinófilos e linfócitos) incluem os leucotrienos, a histamina, as prostaglandinas e o fator de ativa-ção plaquetária, que são responsáveis pelo au-mento da permeabilidade vascular
, com conse-qüente formação de edema tecidual, secreção mucosa e coriza47. Estas secreções nasais pós-infla-matórias, uma vez aspiradas nas vias aéreas inferiores, são responsáveis pelo aumento da resposta broncopromotora.

Implicações terapêuticas

Os corticosteróides tópicos nasais, utilizados no tratamento da rinite alérgica, diminuem a hi-per-reatividade brônquica49, 50. Foi, também, de-monstrado que a terapia prolongada (quatro se-manas) com os corticosteróides nasais, além de diminuir a hiper-reatividade brônquica, se fazia acompanhar de melhora significativa dos sinto-mas da asma51. Havia concomitantemente com a corticosteroidoterapia tópica nasal a redução da eosinofilia tecidual e também do número de eosi-nófilos, e da concentração da proteína catiônica eosinofílica presente nas secreções nasais52-54.

Como sabemos, o mediador histamina partici-pa na gênese dos sintomas da rinite e da asma. Induz a constricção da musculatura lisa brônqui-ca, o aumento da secreção de muco, maior grau da permeabilidade vascular causadora de edema de mucosa e estimula as fibras nervosas parasim-páticas55. Os anti-histamínicos são eficazes no controle da rinite alérgica56, embora na asma o benefício geralmente só pode ser observado com doses altas dos anti-H1 pouco sedantes de segun-da geração. A cetirizina, por exemplo, pode indu-zir a broncodilatação em pacientes portadores de asma leve à moderada57. Os anti-histamínicos de nova geração podem ser benéficos no tratamento da conexão asma-rinite13. Os anti-leucotrienos também poderiam ser úteis no controle dos sinto-mas respiratórios superiores e inferiores associ-ados6.

Os novos anti-histamínicos inibem a quimiota-xia eosinofílica tanto in vitro58, quanto in vivo59. Esta ação anti-eosinofílica ocorre mesmo com a provocação de anticorpos anti-IgE e do fator de ativação plaquetária, ou na presença de urticária por pressão tardia60. Poderia haver, também, um efeito broncoprotetor na provocação alérgica de asmáticos, em suas respostas de fase tardia61.

Vemos, portanto, que os novos anti-histamíni-cos podem ser muito úteis nos pacientes portado-res simultaneamente de asma e rinite ativas62.

Estudos brasileiros também contribuíram para maior compreensão da interação asma-rinite-si-nusite63, 64.

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