Urticária crônica é sinal de doença grave?
A urticária é caracterizada pelo aparecimento de urticas (vergões ou placas avermelhadas, que coçam bastante) e/ou angioedema (um inchaço súbito e deformante, geralmente em pálpebras, lábios, língua, laringe e genitais). Normalmente a urticária afeta apenas a pele (e a mucosa, quando há angioedema associado), mas quando acompanhada de outros sintomas (como falta de ar, chiado no peito, queda da pressão arterial), ela também pode ser uma das manifestações de uma reação generalizada chamada anafilaxia.
Existem situações em que a urticária pode ser a primeira manifestação de alguma outra doença, como o lúpus eritematoso sistêmico, ou de doenças reumatológicas, mas também nestes casos, outros sintomas costumam acompanhar o quadro cutâneo (mal-estar, febre, fraqueza, dor articular, entre outros).
As lesões da urticária duram no máximo 24 horas e, ao se resolverem, não deixam marcas ou cicatrizes. Quando uma lesão que parece urticária tem uma duração maior do que esta, devemos considerar a chamada urticária vasculite (que apesar do nome, não é urticária, embora seja semelhante). A urticária vasculite deve sempre ser investigada pois, ao contrário da urticária crônica espontânea, tem uma chance maior de ser a manifestação de uma doença sistêmica mais grave. O diagnóstico da urticária vasculite é simples, através da biópsia de pele, quando houver uma suspeita clínica.
É importante saber que, apesar da cronicidade, do aspecto desagradável das lesões e do extremo desconforto que o prurido (coceira) possa causar, felizmente, na grande maioria dos casos, a urticária crônica não traz maiores repercussões à saúde e não está associada a doenças graves.
O artigo é de autoria do Departamento Científico de Urticária/Angioedema da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia