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Blog 23 de abril de 2018

O angioedema como manifestação de urticária

Muitos pacientes com urticaria crônica espontânea (UCE) também manifestam um inchaço nos lábios, pálpebras, língua e extremidades. Este inchaço é chamado de angioedema, e pode acometer cerca de 50% dos pacientes com UCE.

O angioedema, ao contrário da urticas (vergões), não coça, mas pode provocar uma sensação de dor ou desconforto no local. Ele não tem uma natureza fugaz como as urticas, podendo demorar até dois dias para desaparecer. Os pacientes que apresentam angioedema associado a urticária, tem uma tendência de serem mais refratários ao tratamento com anti-histamínicos, além de terem uma duração mais prolongada da doença.

Existem ainda cerca de 3% dos pacientes que apresentam apenas o angioedema como manifestação de UCE. Estes casos merecem especial atenção, uma vez que existem outras causas para o angioedema recorrente, além da UCE.

O angioedema isolado é causado, principalmente, por medicamentos, especialmente os anti-inflamatórios não-esteroidais (AINEs), analgésicos e medicamentos para tratamento da hipertensão como o captopril/enalapril (iECA). No caso dos AINEs, ao suspender a medicação o angioedema para de se manifestar imediatamente, mas pode persistir ainda por meses quando relacionado aos iECA.

Embora seja raro, o angioedema hereditário (AEH) é uma doença potencialmente grave, que frequentemente acomete mais de um membro da família, e começa a se manifestar por volta da 2a década de vida. Uma diferença importante em relação ao AEH é que ele não responde ao tratamento com anti-histamínicos, corticosteroides e adrenalina. O diagnóstico deste tipo de angioedema é feito através de exames de sangue específicos.

Finalmente, quando não existe uma causa evidente para o angioedema isolado, daí sim ele pode ser considerado como manifestação da UCE. O tratamento depende da frequência das crises, mas é feito com os mesmos medicamentos utilizados para o tratamento da urticária: anti-histamínicos, omalizumabe e eventualmente, a ciclosporina.

O artigo é de autoria do Departamento Científico de Urticária e Angioedema da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia.

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