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Anafilaxia 30 de outubro de 2018

Só a adrenalina pode salvar a vida de um paciente com anafilaxia

Esse artigo é dedicado a um fato que ocorreu com uma jovem de 24 anos e acabou, infelizmente, levando-a a óbito após ser picada por uma formiga. A estudante teve uma reação grave chamada de reação anafilática ou anafilaxia, que atinge pelo menos dois órgãos.

Pode acometer pele, provocando as urticas, que são lesões altas, elevadas, que coçam bastante. Podem ser acompanhadas de inchaços deformantes de pálpebras, lábios e orelhas. Pode ocorrer sintomas respiratórios, provocando falta de ar, tosse e chiado no peito. Sintomas gastrointestinais, como diarreia, náuseas, vômitos e cólicas abdominais, além dos sintomas cardiovasculares, com queda de pressão, tonturas e a parada cardiorrespiratória. Nem todas as anafilaxias vão resultar em paradas cardiorrespiratórias, que é o choque anafilático.

A maioria das reações causadas por esses insetos, como formigas, vespas e abelhas, são reações locais, mas infelizmente uma pequena porcentagem de pessoas pode apresentar reações mais graves.

Chamo a atenção para dois pontos muito importantes no tratamento dessas reações mais graves. Um é sobre a imunoterapia veneno específica, um tratamento muito eficaz nas anafilaxias provocadas pelas picadas desses insetos – abelhas, formigas e vespas. A imunoterapia específica diminui a chance de uma nova reação sistêmica quando a pessoa é exposta novamente, ou seja, após uma outra picada ou ferroada. Esse tratamento só pode ser indicado por médico especialista, após uma avaliação clínica minuciosa, exames laboratoriais e com a realização de testes cutâneos.

O outro ponto importante a ser destacado é a adrenalina autoinjetável. É um dispositivo que contém a adrenalina, mas que ainda não é fabricado no Brasil, conseguindo somente via importação.

A adrenalina é o medicamento de escolha no tratamento emergencial da anafilaxia e, cada vez mais, as sociedades médicas e a população se mobilizam para que possamos ter um acesso maior a esse dispositivo.

As reações graves são rápidas e nem sempre é possível chegar a tempo em um hospital para receber a adrenalina. Os pacientes com reações graves precisam ter acesso e essa é uma batalha que a ASBAI vem travando com órgãos do Governo para que possamos ter o dispositivo no Brasil.

Dra. Alexandra Sayuri Watanabe é especialista em Alergia e Imunologia e diretora da ASBAI

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