Os perigos escondidos no slime caseiro
Parece que o slime chegou para ficar. Aparentemente inofensivo, a massinha pode ser desencadeadora de reações irritativas e até alérgicas. Por permitir que seja feita de forma caseira, o slime tornou-se febre na internet, entre adolescentes e pré-adolescentes, por garantir diversão a um custo baixo. Considerada uma reação química, a geleca leva ingredientes como bicarbonato de sódio, ácido bórico, cola branca ou de isopor e ainda pode ter a adição de espuma de barbear, xampu, sabão em pó e corantes.
O alergista e imunologista do Departamento Científico de Dermatite Atópica e de Contato da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), Dr. Nelson Guilherme Bastos Cordeiro, alerta para o perigo, especialmente em crianças, já que a fabricação do slime caseiro não tem concentrações padronizadas. Os resultados podem ser queimaduras químicas, irritação nos olhos e dermatites de contato por irritantes. “A queimadura, especialmente nas mãos, pode ser a reação mais grave por ação abrasiva causada pelo borato de sódio (bórax), explica Dr. Cordeiro.
“Existe ainda risco de reações alérgicas devido ao contato prolongado da criança ao brincar com o slime, expondo a pele mais sensível, nessa faixa etária, às substâncias com ph mais elevado (básico), com comprometimento de sua integridade. Dentre essas substâncias, destaca-se a metilisotiazolinona ou kathon CG encontrada em cosméticos, xampus, gel de barba, espuma de banho e amaciante de roupa, ingredientes muitas vezes utilizados na confecção do slime. Entretanto, não há relato de anafilaxia ou choque anafilático” explica o especialista em Alergia e Imunologia”.
O que os pais devem fazer ao perceberem esses sintomas? O alergista da ASBAI ressalta que o ideal é não usar o slime de fabricação caseira, dando preferência para as formas industrializadas com concentrações já testadas. Caso tenha alguma reação, lavar abundantemente a região com água ou soro fisiológico gelados e procurar atendimento médico o mais rapidamente possível.