O tratamento da urticária consiste em um conjunto de medidas:

• Classificar o tipo da urticária
• Identificar possíveis causas e/ou agentes físicos envolvidos
• Controlar ou eliminar a (s) causa (s)
• Nas urticárias induzidas por agentes físicos (frio, calor, pressão) o afastamento do estímulo desencadeante é fundamental
• Combater fatores infecciosos e doenças associadas
• Uso de medicamentos: os anti-histamínicos (antialérgicos) são a primeira escolha no tratamento da urticária, para alívio dos sintomas (coceira e empolação). Mas, outros medicamentos poderão ser associados.

Medicamentos para tratar a urticária

Os anti-histamínicos (antialérgicos) são os mais utilizados, uma vez que a histamina é a substância que provoca a maior parte dos sintomas da urticária.
Estes medicamentos são classificados em dois grupos:

• Anti-histamínicos de primeira geração, mais antigos, também chamados de “clássicos”.

• Anti-histamínicos de segunda geração, mais recentes, chamados de “não clássicos”.

Os consensos científicos de tratamento recomendam o uso destes medicamentos, por serem eficazes e menos sedantes, inicialmente com a dose padrão indicada na bula. Caso os sintomas não desapareçam, a dose é aumentada em até quatro vezes (lembrando que as doses altas são “off label”, ou seja, não estão indicadas na bula).

O tratamento da urticária crônica é prolongado, necessitando de persistência e uma relação de confiança com o médico.

Um dado importante é que o anti-histamínico deve ser tomado diariamente (como uma medicação preventiva), e não apenas quando aparecem os sintomas. Tentativas por conta própria de não tomar para ver “quantos dias fico sem a urticária” não são eficientes e podem prejudicar o resultado do tratamento. Além disso, medidas adicionais poderão ser necessárias, de acordo com cada paciente.

Os remédios à base de cortisona, chamados de corticoides ou de corticosteroides, são eficazes no tratamento de alívio dos sintomas da urticária aguda. Contudo, não devem ser usados por tempo prolongado devido ao grande número de efeitos colaterais indesejáveis, como por exemplo, a hipertensão arterial, diabetes, obesidade, osteoporose, entre outros.

Uma nova opção de tratamento para urticária crônica espontânea é o omalizumabe, uma terapia imunobiológica com ação de modificar a resposta imune.  É indicado para tratamento de adultos e crianças acima de 12 anos com urticária crônica espontânea que não responde ao tratamento aos anti-histamínicos (antialérgicos), mesmo em doses aumentadas. ]

Trata-se de uma medicação injetável, para uso subcutâneo, mensal, com aplicação supervisionada e restrita a clínicas e hospitais. Estudos científicos mostram que o omalizumabe é uma opção terapêutica eficaz, com boa resposta clínica e bom perfil de segurança. É uma medicação de alto custo. O tempo de uso não está estabelecido. Os estudos mais recentes estão apontando para 6 a 12 meses.

Autoras:
Dra. Solange Oliveira Rodrigues Valle – Membro do Deptº. de Urticária da ASBAI
Dra. Maria de Fátima Epaminondas Emerson – Coordenadora da Comissão Especial de Assuntos Comunitários