Alergias alimentares e os novos tratamentos serão apresentados durante Congresso de Alergia e Imunologia
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Teste de Provocação Oral deve ser feito em ambiente seguro
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Quando surge na idade adulta, alergia alimentar pode durar por toda a vida
No Brasil não há estatísticas oficiais, porém, a prevalência parece se assemelhar com a literatura internacional, que mostra cerca de 8% das crianças, com até dois anos de idade, e 2% dos adultos com algum tipo de alergia alimentar.
O diagnóstico é respaldado na anamnese feita criteriosamente (história clínica do paciente) e exame físico. Em casos de suspeita de reações de caráter imunológico e mediadas por IgE (imunoglobulina responsável por reações mais imediatas e com maior gravidade), existe a possibilidade de se mensurar as IgEs por meio de dois testes: o “prick” teste ou a dosagem de IgE específica no sangue.
A Dra. Renata Cocco, Coordenadora do Departamento Científico de Alergia Alimentar da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) explica que exames que envolvem a dosagem de IgG a alimentos não devem ser realizados, uma vez que seu papel é completamente irrelevante no mecanismo das alergias alimentares.
“Os testes de IgE, apesar de bons instrumentos, devem ser avaliados com critério, uma vez que resultados positivos não significam, necessariamente, que o paciente tenha alergia. Na dúvida, o Teste de Provocação Oral (TPO) é a única forma realmente fidedigna de se estabelecer o diagnóstico”, ressalta a especialista que será uma das palestrantes do 45º Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia, que ocorrerá em Recife, entre os dias 20 e 23 de outubro.
O TPO deve ser realizado para estabelecer o diagnóstico frente a uma suspeita de alergia alimentar, especialmente quando a história é pouco fidedigna ou os exames laboratoriais são inconclusivos. Ele também é necessário no acompanhamento da alergia, ou seja, na avaliação da possível remissão (perda) da alergia.
É o médico quem decide se o teste pode ser realizado em ambiente ambulatorial ou no hospital. Independentemente do local, é obrigatório que tenha suporte terapêutico para possíveis reações, como a anafilaxia, por exemplo. O TPO pode ser realizado em qualquer faixa etária.
Alergia em adultos – Apesar de menos frequente do que na infância, as alergias alimentares em adultos ocorrem, geralmente, por alimentos como frutos do mar, peixes, amendoim e castanhas.
Já nas crianças tende a desaparecer com o crescimento. A característica do sistema imunológico do adulto e o tipo de alimento envolvido conferem persistência da alergia por toda a vida, com grande potencial de reações graves.
Avanços – As linhas de pesquisa na busca de opções terapêuticas para as alergias alimentares são vastas. Entre elas, algumas formas de dessensibilização mais seguras do que a oral, caso dos ´adesivos´ (patch). “O tratamento com imunoterapia oral também vem sendo aprimorado com a utilização mais frequente de medicamentos que minimizem a chance de reações graves. É necessário lembrar, no entanto, que, na prática clínica, a dieta de restrição dos alérgenos responsáveis pelas reações é o manejo que todos os médicos devem seguir quando não houver experiência em imunoterapias orais, em crianças menores de cinco anos ou na presença de esofagite eosinofílica grave”, explica a Dra. Renata Cocco.
“Alergia e Imunologia na Era da Medicina de Precisão” é o tema central do 45º Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia, organizado pela ASBAI.
45º Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia
Alergia e Imunologia na Era da Precisão
Data: de 20 a 23 de outubro