A cura clínica da dermatite atópica é possível
Perspectivas para pacientes alérgicos são as melhores
#congressoalergia2017
As “Novidades em Doenças Alérgicas” serão apresentadas durante o 44° Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia, que será realizado entre os dias 21 e 24 de outubro, em Belo Horizonte, e uma dessas novidades está relacionada à dermatite atópica grave.
Duas hipóteses vêm sendo discutidas na gênese da dermatite atópica: (1) de ‘fora para dentro’, a dermatite atópica seria produzida por uma disfunção da barreira cutânea e permitiria perda de água (umidade) ou facilidade na penetração de alérgenos pela pele; (2) de ‘dentro para fora’ pela resposta inflamatória a irritantes e alérgenos ambientais introduzidos por via cutânea ou pelas mucosas (respiratória, digestiva).
“É provável uma combinação de desregulação imunológica e disfunção da barreira da pele e que ambas as hipóteses sejam relevantes em diferentes subgrupos de pacientes”, explica Dr. Nelson Rosário Filho, Coordenador do Departamento Científico de Imunoterapia e Imunobiológicos da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI).
O tratamento é dirigido às alterações da pele e da disfunção do sistema imunológico, via hidratação, antibióticos, controle do prurido, manutenção do pH ácido da pele e da microbiota normal, correção da deficiência de vitamina D, etc.
O especialista conta que a imunoterapia específica para alérgenos pode ser uma opção do tratamento. “Pacientes com dermatite atópica podem ter alergia alimentar mediada por IgE e por outros mecanismos não dependentes de IgE.
“A cura clínica da dermatite atópica é possível com as recomendações do tratamento das alterações cutâneas e das alterações do sistema imunológico. As perspectivas para pacientes alérgicos são as melhores nos anos que virão. Imunoterapia por diversas vias de administração, alérgenos modificados, imunobiológicos, biomarcadores, são alguns recursos que modificarão a história do tratamento da dermatite atópica”, disse o especialista da ASBAI.
A doença – Tipicamente, a criança desenvolve a dermatite atópica nos primeiros meses de vida, que pode ser acompanhada pela sensibilização alérgica às proteínas do leite de vaca, ovo ou outros alimentos, eventualmente manifestando vômitos, diarreia ou reações generalizadas do tipo anafilaxia relacionadas à ingestão destes alimentos, entre seis meses e um ano de idade.
Este quadro é sucedido pela sensibilização aos alérgenos inaláveis (ácaros domiciliares, epitélios animais), até que a criança manifeste episódios de chiado de repetição antes dos dois anos de idade, em geral associados às infecções virais das vias aéreas superiores.
A maioria dos pacientes apresenta os primeiros sintomas na infância e tem antecedentes de outras doenças atópicas, tais como asma, rinite e conjuntivite alérgicas. O prurido crônico e persistente em pacientes com dermatite atópica é a característica clínica dominante da doença. Prurido generalizado, mas especialmente nas dobras da pele, onde o eczema é mais comum e de caráter recidivante, história de alergia na família, pele seca e áspera, manchas hipocrômicas (esbranquiçadas), olheiras e prega cutânea na pálpebra inferior, palidez da face, eczema de mamilos, linhas nas palmas das mãos, etc.