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Blog 1 de novembro de 2024

E quando a tatuagem permanente provoca alergia?

E quando a tatuagem permanente provoca alergia?

Sim, isso é possível porque os pigmentos orgânicos como o azo e quinacridonas estão geralmente relacionados aos casos de hipersensibilidade, particularmente em tatuagens de cor vermelha. Esses pigmentos podem induzir reações de hipersensibilidade tardia, conforme observado em estudos que analisam reações cutâneas a pigmentos vermelhos de tatuagem. Pigmentos azo, como Pigmento Vermelho 22, 170 e 210, são frequentemente identificados em casos de reações alérgicas.   

Quais são os sintomas mais comuns de hipersensibilidade à tatuagem?  

Geralmente apresentam sintomas como prurido, eritema, pápulas e infiltração. Essas reações podem se manifestar de várias formas, incluindo padrões eczematosos, liquenoides e granulomatosos. As reações eczematosas são caracterizadas por coceira e vermelhidão, enquanto as reações liquenoides envolvem pápulas de topo plano. As reações granulomatosas podem se apresentar como nódulos ou placas devido a uma resposta inflamatória crônica. Esses sintomas geralmente são localizados na área da tatuagem e podem variar em gravidade.  

Como diferenciar uma hipersensibilidade de uma infecção ou outra complicação comum após a tatuagem?  

A diferenciação envolve uma avaliação cuidadosa dos sintomas. As reações de hipersensibilidade geralmente se apresentam com prurido localizado, eritema e padrões específicos, como reações eczematosas, liquenoides ou granulomatosas. Em contraste, as infecções geralmente se apresentam com secreção purulenta, febre e sintomas sistêmicos. A avaliação histológica também pode ser utilizada para auxiliar a diferenciação. As reações de hipersensibilidade podem mostrar dermatite perivascular e espongiótica, inflamação granulomatosa ou alterações liquenoides, enquanto as infecções podem revelar infiltrados inflamatórios agudos com neutrófilos e possível presença bacteriana. As biópsias podem ajudar a identificar os padrões inflamatórios específicos e descartar infecções ou outras condições, como sarcoidose ou malignidades. Além disso, o momento do início dos sintomas pode fornecer pistas. As reações de hipersensibilidade podem ocorrer semanas a meses após a tatuagem, enquanto as infecções geralmente se apresentam mais cedo.  

Existem tintas de tatuagem mais propensas a causar hipersensibilidade?  

Tintas vermelhas são frequentemente implicadas em reações alérgicas. Esses pigmentos podem se degradar em compostos sensibilizantes, potencialmente desencadeando hipersensibilidade. Metais como níquel e cromo, frequentemente encontrados como impurezas em tintas de tatuagem, também são sensibilizadores conhecidos e podem contribuir para reações alérgicas. O níquel é frequentemente detectado em várias cores de tinta, incluindo verde, azul e, às vezes, marrom e violeta, e está associado à dermatite alérgica de contato. Tintas pretas, embora menos comumente associadas à hipersensibilidade, também podem provocar reações devido à presença de negro de fumo e metais alergênicos potenciais como níquel e cromo. A presença desses metais pode ser devido à contaminação por agulhas de tatuagem ou pelo processo de fabricação da tinta.  

Como é feito o diagnóstico de uma hipersensibilidade a tatuagens?  

O diagnóstico de hipersensibilidade a tatuagens envolve uma combinação de avaliação clínica, exame histopatológico e, às vezes, teste de contato, embora este último tenha limitações.  

  1. Avaliação clínica: inclui um histórico detalhado e exame físico. Os médicos procuram padrões específicos, como reações eczematosas, liquenoides ou granulomatosas, que podem sugerir hipersensibilidade.
  2. Exame histopatológico: uma biópsia de pele é frequentemente realizada para identificar o tipo de resposta inflamatória. Os achados comuns incluem dermatite perivascular, dermatite espongiótica e inflamação granulomatosa. A histopatologia pode ajudar a diferenciar a hipersensibilidade de outras condições, como infecções ou sarcoidose.
  3. Teste de contato: embora o teste de contato possa ser realizado, neste caso ele geralmente produz resultados decepcionantes devido à natureza complexa das tintas de tatuagem e ao processo de haptenização, onde os alérgenos são gerados na pele ao longo do tempo.
  4. Métodos avançados de diagnóstico: técnicas como ultrassom de alta frequência e análise química de amostras de biópsia podem fornecer insights adicionais sobre a natureza e a gravidade da reação, embora não sejam rotineiramente usadas na prática clínica. 

Como tratar o paciente que tem uma tatuagem permanente e desenvolve hipersensibilidade à tatuagem?  

O tratamento de reações de hipersensibilidade a tatuagens envolve várias abordagens, dependendo da gravidade e do tipo de reação. Corticosteroides tópicos e intralesionais geralmente são a primeira linha de tratamento para reações alérgicas localizadas. Eles podem ajudar a reduzir a inflamação e aliviar sintomas como coceira e inchaço. Terapia a laser ablativa, o resurfacing fracionado ablativo e a ablação a laser de CO2 têm sido usados efetivamente para remover a tinta ofensiva e aliviar os sintomas. Esses métodos podem ser particularmente úteis quando os tratamentos conservadores falham. Nos casos em que a terapia a laser não seja eficaz, a remoção cirúrgica da área afetada pode ser considerada. Essa abordagem é mais invasiva e normalmente reservada para reações graves ou persistentes. Temos ainda os tratamentos sistêmicos para os casos de reações graves, corticosteroides sistêmicos e anti-histamínicos podem ser necessários para controlar os sintomas. 

É possível que a hipersensibilidade se torne mais grave? 

Reações de hipersensibilidade a tatuagens podem de fato se tornar mais graves, potencialmente levando a sintomas sistêmicos. Essas reações são frequentemente associadas a certos pigmentos, particularmente tinta vermelha, que podem causar reações granulomatosas ou pseudolinfomatosas. Quando os sintomas sistêmicos se desenvolvem, como eritrodermia generalizada ou linfadenopatia sistêmica, um tratamento mais agressivo pode ser necessário. Nesta situação, o tratamento inicial normalmente envolve corticosteroides sistêmicos para controlar a inflamação. Se estes forem ineficazes, a excisão cirúrgica da área tatuada afetada pode ser necessária, como demonstrado em casos em que os sintomas sistêmicos persistiram apesar da terapia médica. A terapia a laser pode ser uma alternativa à excisão cirúrgica, especialmente se o objetivo for remover o pigmento ofensivo, minimizando a cicatrização.