Pacientes com asma grave tem acesso a novas terapias

Pacientes com asma grave tem acesso a novas terapias

Pacientes com asma grave tem acesso a novas terapias

  • São 120 mil hospitalizações devido à asma por ano

 

#congressoalergia2021

 

Do total de pessoas com asma, menos de 4% são diagnosticadas com a forma grave da doença. Porém, os custos desses pacientes para o Sistema Público de Saúde são muito altos. Em cinco anos, segundo uma pesquisa que utilizou dados do DATASUS, foram gastos US$ 170 milhões com hospitalizações por asma.

A Diretora de Políticas de Saúde da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), Dra. Faradiba Sarquis Serpa, comenta abaixo o cenário atual e o que é necessário fazer para que a doença não onere demais o sistema de saúde brasileiro e os pacientes tenham acesso a um cuidado integral.

  1. Nos últimos anos, a Anvisa realizou algumas consultas públicas sobre novos medicamentos para asma grave. Podemos dizer que essas iniciativas são um sinal de avanço e de preocupação com a doença, principalmente, na saúde pública?

A consulta pública é um mecanismo de participação social na incorporação de tecnologias no Sistema Único de Saúde (SUS). A possibilidade de contribuir para a tomada de decisão quanto à incorporação de novos medicamentos para asma grave foi um grande avanço para os especialistas que tratam asma, instituições, pacientes e familiares.

 

A incorporação de medicamentos para asma grave e a atualização do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Ministério da Saúde – PCDT era uma necessidade não atendida. O PCDT de 2013 não contemplava nenhum medicamento imunobiológico para o tratamento da asma grave, a despeito de existirem estudos que comprovassem a eficácia e segurança desses fármacos e dos mesmos estarem aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) há anos.

 

O PCDT já foi publicado, mas o Ministério da Saúde tem o prazo máximo de 180 dias para disponibilizar os medicamentos que foram padronizados. Por esse motivo, as Secretarias de Saúde ainda não têm como fornecer o medicamento por via padronizada.

 

O acesso a essas novas terapias poderá contribuir para um melhor controle da asma com consequente redução nos custos com a doença e melhor qualidade de vida para os pacientes.

 

  1. Temos estatísticas de gastos do SUS com a asma grave?

No Brasil, dados sobre os custos da asma grave são escassos. Sabe-se que a asma é uma causa frequente de atendimentos em emergência e a quarta causa de hospitalização pelo SUS. Em um estudo que utilizou dados do DATASUS, observou-se mais de 120 mil hospitalizações devido à asma por ano, com um gasto de US$ 170 milhões em cinco anos. Além desses custos diretos, temos que considerar também os custos não mensurados relacionados a asma gerados pelas comorbidades, baixa qualidade de vida e limitação para atividades do cotidiano com consequente absenteísmo ao trabalho e escola.

  1. Quantas pessoas no Brasil vivem com asma grave?

Estima-se que no Brasil existem 20 milhões de pessoas com asma, sendo que em torno de 3,6% dos casos a doença é grave. A asma é considerada grave quando para tentar atingir o controle da doença é necessário o uso de vários medicamentos, dose alta de corticosteroide inalatório ou mesmo corticosteroide por via sistêmica continuamente.

 

  1. Qual a sua análise atual sobre a asma grave na saúde pública?

Ainda temos muito que avançar! Além de medicamentos, precisamos de uma linha de cuidado para asma que seja centrada nas necessidades dos pacientes, com definição das ações que devem ser executadas nos diferentes níveis de atenção à saúde e fluxos assistenciais claros.

 

  1. Quais avanços ainda são necessários?

É necessário criar uma linha de cuidado para asma no Brasil, com capacitação das equipes da Atenção Primária, um sistema de referência e contrarreferência eficiente, definição das ações do nível primário, secundário, terciário e de Centros de Referência em asma grave, considerando as características regionais. Assim, os pacientes com asma grave teriam cuidado integral à saúde.

 

Asma na Saúde Pública é um dos temas que serão abordados durante o 48º Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia, que acontece de 30 de outubro a 01 de novembro no formato totalmente online. O evento é organizado pela Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) e espera atrair cerca de duas mil pessoas.

 

 

48º Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia

 

Data: De 30/10 a 01/11

 

Inscrições: https://congressoalergia2021.com.br/inscricoes/

 

O evento será no formato online e é realizado pela Sociedade Brasileira de Alergia e Imunologia – ASBAI