Alergia alimentar pode aparecer nos primeiros meses de vida
No mês dedicado ao aleitamento materno, a Coordenadora do Departamento Científico de Alergia Alimentar da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), Dra. Renata Cocco, traz informações sobre a alergia alimentar e a amamentação.
Segundo a especialista, é possível que a criança apresente reações alérgicas às proteínas alimentares ingeridas pela mãe e veiculadas pelo leite materno desde os primeiros meses de vida. As manifestações mais comuns são as gastrointestinais (cólicas exacerbadas, sangue nas fezes), mas há casos de reações cutâneas (urticárias, piora da dermatite atópica) em crianças mais sensíveis. A exclusão dos alimentos responsáveis da dieta materna geralmente leva à remissão dos sintomas.
“Como abordar a alergia alimentar na criança em amamentação” é uma das palestras em destaque do 46º Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia, que será realizado entre os dias 25 e 28 de setembro, em Florianópolis (SC), e traz como tema central a “A Medicina Translacional nas Doenças Alérgicas”.
Dra. Renata, que será palestrante durante o Congresso, conta que na grande, maioria das vezes, a causa da alergia alimentar em bebês está relacionada ao alimento que a mãe ingere e é veiculado pelo leite materno.
Leite e soja respondem por cerca de 90% dos casos e, em menor quantidade, ovo e trigo podem ser a causa das reações. “É de fundamental importância lembrar que a exclusão de qualquer alimento da dieta da mãe deve ser muito bem monitorada para que não haja prejuízos nutricionais para ela e seu bebê. Deve haver uma relação causal muito clara entre a amamentação e os sintomas da criança antes de se orientar qualquer dieta de restrição, lembrando que muitos sintomas são inespecíficos e comuns em lactentes até os seis meses, como cólicas, regurgitação e irritabilidade”, explica a especialista da ASBAI.
Diagnóstico – A história clínica é o principal instrumento para a definição da presença de alergia e deve ser realizada de forma criteriosa. Muitas vezes há necessidade de acompanhamento prolongado para se estabelecer o diagnóstico. Alguns exames podem auxiliar o médico, mas devem ser muito bem interpretados, uma vez que resultados positivos não indicam necessariamente a presença de alergia e resultados negativos não necessariamente descartam.
” O bebê, nos primeiros meses de vida, apresenta comportamentos, muitas vezes, difíceis de identificar. A grande maioria das crianças nesse período tem cólica e refluxo, o que é normal. O limite entre o fisiológico e o patológico é uma linha tênue e necessita do acompanhamento do especialista para que o diagnóstico seja preciso.
Tratamento – O aleitamento materno deve ser sempre estimulado, uma vez que representa a melhor fonte nutricional em crianças, especialmente aquelas que apresentem predisposição para doenças alérgicas. Dra. Renata conta que nos casos em que haja, de fato, relação de sintomas e amamentação, a exclusão dos alimentos pode ser orientada à mãe de forma que ela mantenha o aleitamento materno.
46º Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia
Data: de 25 a 28 de setembro
Local: Centro de Convenções Centro Sul – Florianópolis – Santa Catarina
Horário: Das 8 às 18 horas
Programação: http://bit.ly/ProgramaçãoCongressoASBAI
Inscrições: http://bit.ly/inscricoesASBAI
Credenciamento de Imprensa: imprensa@gengibrecomunicacao.com.br