Fumantes passivos inalam até 50 vezes mais substâncias cancerígenas

Você sabia que o tabagismo passivo é a terceira causa de morte evitável no mundo, posteriormente ao tabagismo ativo? É considerado fumante passivo aquele que não fuma, mas que convive com fumantes em ambientes fechados. A fumaça dos derivados do tabaco existentes nesses ambientes fechados é denominada poluição tabagística ambiental (PTA), composta por cerca de quatro mil componentes, sendo mais de 40 deles cancerígenos. 
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a PTA é ainda mais prejudicial em ambientes fechados porque o ar poluído comporta até três vezes mais nicotina e monóxido de carbono e até 50 vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça que passa pelo filtro do cigarro, inalada pelo fumante ativo. 
O tema “Poluição Ambiental – o nosso cigarro do dia a dia” será debatido durante o 46º Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia, que acontece em Florianópolis, entre os dias 25 e 28 de setembro, e traz como tema central “A Medicina Translacional nas Doenças Alérgicas”.  
Atualmente, estima-se que cerca de 1/3 da população adulta mundial seja fumante ativa e que cerca de 50% da população total esteja exposta à fumaça de cigarro no meio ambiente, especialmente as crianças. Ainda mais grave é o fato de que, mesmo em países desenvolvidos, cerca de 30% dos adultos com asma brônquica sejam fumantes habituais, os quais apresentam pior controle dos sintomas da asma quando comparados a não fumantes.
A Dra. Marilyn Urrutia-Pereira, Profª. Universidade Federal do Pampa, WONCA trainer Air Health Train thenTrainer Program e membro do Grupo de Políticas Públicas da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), explica que, em longo prazo, o tabagismo causa nos fumantes passivos e ativos o aumento do risco de câncer do trato respiratório, digestivo e urinário, do pâncreas, do colo do útero, risco de doenças coronarianas e acidentes vasculares cerebrais. A exposição à PTA encontra-se associada a diversas doenças e em diversas fases da vida, como:.
Intraútero: Abortos, baixo peso ao nascer, redução do crescimento pulmonar, alterações neurocomportamentais, redução do Quociente de Inteligência e aumento no risco de câncer infantil.
Lactentes: Aumento do risco de morte súbita do lactente, bronquiolite,  infecções do ouvido médio e pneumonia.
Infância: Redução da função pulmonar, asma e pneumonia.
Adolescência e idade adulta: Aumento do risco em fumar, doenças cardiovasculares e aumento do risco de câncer. 
A exposição a PTA tem sido associada a infecções respiratórias agudas, tuberculose, asma, doença pulmonar obstrutiva crônica, pneumoconiose, câncer de cabeça e pescoço e câncer de pulmão. Piora das condições crônicas (rinite alérgica, asma) e aumento da incidência de doenças agudas como pneumonia, otites e resfriados. “Cronicamente, essa exposição repercute em menor crescimento pulmonar com comprometimento de sua função e aumento da suscetibilidade a doenças”, explica Dra. Marilyn. 
Anamnese ambiental – É o conjunto de perguntas básicas que permite ao medico ou profissional de Saúde realizar um diagnóstico dos principais riscos ambientais ao que o paciente está exposto no lar, na escola, no trabalho e na sua comunidade, que podem impactar na saúde. Assim, é possível orientar e adotar medidas para reduzir os danos dessa exposição. 
A exposição ambiental à fumaça do tabaco também causa sintomas nasais agudos e crônicos, tosse noturna, sintomas de rinite e problemas de sinusite, assim como rouquidão em crianças e adolescentes.
“A preocupação dos efeitos da PTA na saúde das crianças é de particular importância, já que elas não têm como impedir a exposição à fumaça. As crianças compõem a população mais indefesa aos efeitos da fumaça de cigarro e, consequentemente, à PTA”, comenta Dra. Marilyn. 
46º Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia
Data: de 25 a 28 de setembro
Local: Centro de Convenções Centro Sul – Florianópolis – Santa Catarina
Horário: Das 8 às 18 horas
Credenciamento de Imprensa: imprensa@gengibrecomunicacao.com.br